BRASIL AINDA SOB CAPITANIAS
CAPITANIAS HEREDITÁRIAS SOBREVIVEM NO BRASIL NOS
ATUAIS ESTADOS.
O Brasil colonial se organizou através de
CAPITANIAS HEREDITÁRIAS. Em 1534 foram criadas 14 capitanias, divididas em 15
lotes. Os doze beneficiários eram elementos da pequena nobreza de Portugal. O
sistema de donatários, combinando elementos feudais e capitalistas, havia sido
utilizado com êxito no desenvolvimento das ilhas da Madeira e dos Açores, Cabo
Verde e Angola. As capitanias hereditárias eram uma forma de administração do
território colonial português na América. Basicamente eram formadas por faixas
de terra que partiam do litoral para o interior, comandadas por donatários e
cuja posse era passada de forma hereditária, ou seja, DE PAI PARA FILHO.
A extinção do sistema de capitanias ocorreu no
Brasil formalmente em 28 de fevereiro de 1821, um pouco mais de um ano antes da
declaração de independência. As capitanias tornaram-se províncias, que mais
tarde deram origem aos atuais Estados. Mas houve mesmo extinção? Parece que não. O sistema político brasileiro propicia a continuidade de
CAPITANIAS HEREDITÁRIAS NOS ATUAIS ESTADOS DA REPÚBLICA, onde ainda funciona O
“DE PAI PARA FILHO, NETOS, BISNETOS...”. Alguma sobrinha vai para amigos
especiais, pela falta de parentes hábeis.
Nosso sistema político eleitoral está
organizado de uma maneira a favorecer uma quase impenetrável máfia no poder
eleitoral, que manipula dezenas de partidos. Nossos atuais partidos não possuem
nenhuma ideologia, a não ser usar e abusar do poder. Dois partidos que se
odeiam em São Paulo, onde de acusam mutuamente de desonestos, lá em Minas
Gerais são aliados na mesma eleição, por interesses mesquinhos e impuros. Para
eleição de 2018 já existem conversas de alianças espúrias de PSDB COM PT, DE
PMDB COM PT, ETC. No terreno do “faz de conta” são adversários ferrenhos em um
Estado, mas aliados em outros. Não faz sentido. Por isso que roubam em total
confraternização, paz e harmonia. E cada partido tem seu dono a nível nacional,
estadual e municipal. Os donos de partidos recebem as verbas partidárias e
procuram eleger o máximo de familiares e amigos próximos. Pessoas honestas e
competentes já por sentimento próprio sentem vergonha de entrar para a
política, devido ao descrédito da população pelos atuais políticos, e mesmo que
intentassem de ingressar, teriam dificuldades imensas para furar o bloqueio
instalado pelas cúpulas partidárias. Antonio Ermírio de Moraes, exemplo de
homem íntegro e competente, foi lançado candidato em São Paulo e quando viu o
chiqueiro da política brasileira, saiu correndo e ninguém pode alcançá-lo mais.
Em resumo, o sistema político atual brasileiro produziu uma POLIDITADURA. Estamos
vivendo uma ditadura dividida entre alguns poderes da república. Os integrantes
dessa POLIDITADURA perpetuam-se no poder e massacram o povo brasileiro.
Caso o leitor esteja interessado em saber mais
sobre as famílias que são donas do Brasil, leia resumo a seguir:
MARANHÃO: dominação da família Sarney, onde já operou filho e filha
na dominação do Estado. José Sarney ainda continua com poder de vetar nomeação
de ministro pelo Presidente Temer, caso não seja bom para o seu Maranhão. Com grande influência no Estado, a
história da família começa com José Sarney que é ex-governador do estado, ex-presidente
da república (cargo que assumiu após a morte de Tancredo Neves) e senador. Tem
dois filhos atuando na política: Roseana Sarney, também ex-governadora de
Maranhão e Sarney Filho.
MINAS GERAIS: Tancredo Neves ocupou,
entre outros cargos, o posto de ministro da Justiça do governo de Getúlio
Vargas, o de deputado federal, governador de Minas Gerais, além de presidente
da república por um curto tempo espaço de tempo. Seu neto, Aécio Neves foi
também governador de Minas Gerais, candidato à presidência da república em 2014
e hoje atua como Senador. A irmã de Aécio, a jornalista Andrea Neves, é
considerada uma das mais habilidosas articuladoras políticas do país. Ela
dirigiu a campanha de Aécio, em 2014, quando ele quase venceu a então
presidente Dilma Rousseff. Já foi apontada como uma das 60 pessoas mais
poderosas do país pelo portal IG.
PERNANBUCO: Miguel Arraes foi um
político bastante ativo em Pernambuco, eleito governador do estado por três
vezes. Sua filha, Ana Arraes já foi deputada federal e hoje é ministra do
Tribunal de Contas da União (TCU). Seu neto, Eduardo Campos, foi deputado
estadual, deputado federal, governador de Pernambuco em dois mandatos e morreu
tragicamente num acidente de avião, em 2014, quando era candidato à presidência
da república. Neste ano, o irmão de Eduardo, Antônio Campos, concorre à
prefeitura de Olinda.
ALAGOAS: Um dos líderes da Revolução de 1930, Lindolfo Collor foi
também o primeiro Ministro do Trabalho, no Brasil. Seu neto, Fernando Collor de
Mello foi o mais novo presidente da República, tendo um mandato de apenas dois
anos, pois em 1992 renunciou ao cargo antes de ser condenado pelo crime de
responsabilidade. Mesmo com a renúncia ele sofreu um processo de impeachment e
perdeu seus direitos políticos por oito anos. Em 2007 candidatou-se ao senado e
venceu. Seu pai Arnon Farias de Mello foi deputado estadual e governador do
estado de Alagoas. O filho de Fernando Collor já foi vereador em Rio Largo (AL)
e também candidato a prefeito. O sobrinho, Fernando Lyra, foi candidato a
vice-prefeito em Atalaia (AL). Há ainda na família o ministro do Supremo
Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, primo de Fernando Collor.
O senador e
presidente do Senado Federal, Renan Calheiros tem três irmãos também na
política: Olavo Calheiros, atualmente deputado estadual por Alagoas, mas que já
foi eleito deputado federal por cinco mandatos consecutivos; Remi Calheiros,
prefeito do município de Murici; e Renildo Calheiros, que foi vereador,
deputado federal e prefeito de Olinda. O filho de Renan, Renan Calheiros Filho,
também foi prefeito do município de Murici e é o atual governador de Alagoas.
BAHIA: A tradição da família
na política começou com Francisco Peixoto de Magalhães Neto, que foi eleito
três vezes deputado federal. A continuidade se deu com os filhos Antonio
Carlos Magalhães, conhecido como ACM, que foi prefeito de Salvador, três vezes
governador da Bahia, ministro das Comunicações, presidente do Senado e morreu
em 2007; seu irmão, Ângelo Magalhães, foi deputado estadual e federal. Faleceu
em 2005. Dois filhos de ACM também seguiram seus passos na política. Luis
Eduardo Maron Magalhães foi deputado estadual, federal e presidente da Câmara
dos Deputados. Era considerado o sucessor natural do legado político de ACM até
que aos 43 anos sofreu um infarto que o levou à morte. Seu irmão, o ex-senador
Antônio Carlos Júnior é pai de ACM Neto, atual prefeito de Salvador e
recentemente reeleito no primeiro turno nas eleições de 2016.
CEARÁ: São três irmãos com
bastante influência na política local. O mais velho Ciro Gomes foi prefeito de
Fortaleza, governador do Ceará, deputado estadual e federal, ministro da
Fazenda e da Integração Nacional; o irmão do meio, Cid Gomes atuou como
deputado estadual e federal, prefeito do município de Sobral, governador e
ministro da Educação. O mais novo dos irmãos, Ivo Gomes, é ex-deputado estadual
e foi recentemente eleito prefeito de Sobral.
RIO DE JANEIRO: Anthony Garotinho já foi
governador do Rio de Janeiro e candidato à presidência da república em 2002,
sendo o terceiro colocado no pleito e depois assumiu o cargo de deputado
federal. Sua esposa, Rosinha Garotinho, foi a primeira mulher governadora do
Rio de Janeiro e hoje é prefeita de Campo dos Goytacazes (RJ). A filha do
casal, Clarissa Garotinho, também entrou para a política anos mais tarde,
elegendo-se deputada estadual e atualmente é deputada federal.
A família
MAIA tem nomes bastante conhecidos na política nacional, como o senador pelo
Rio Grande do Norte, José Agripino Maia, que está em seu quarto mandato. O
ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, é primo em primeiro grau de
Agripino, e o atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, é filho
de César Maia e primo em segundo grau de Agripino. A tradição política começou
com Tarcísio Maia, ex-governador do Rio Grande do Norte e com João Agripino de
Vasconcelos Maia Filho, ex-governador da Paraíba.
SANTA CATARINA: Uma das famílias mais influentes na política catarinense teve
Irineu Bornhausen, que foi vereador e prefeito de Itajaí, além de governador do
estado. Seu filho, Jorge Konder Bornhausen, também foi governador de Santa
Catarina, senador e ministro da Educação. Seu neto, Paulo Bornhausen foi
deputado estadual e três vezes deputado federal.
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